Quem aí gosta de teatro? João e eu somos modestos apreciadores – não vamos sempre, mas sempre que vamos é uma boa experiência.
Por isso, ficamos felizes quando nossa amiga Joyci nos convidou para assistir à premiada peça teatral ‘Cachorro Enterrado Vivo’. Com a direção de Marcelo do Vale, texto de Daniela Pereira de Carvalho e atuação de Leonardo Fernandes, a apresentação prometia tensão, angústia e reflexões sobre o que é razão e o que é instinto.
Além do tema tratado na obra ser super intrigante, Joyci e eu já trabalhamos com o Leonardo Fernandes durante a faculdade, quando ambas participamos da produção de um curta metragem dirigido pelo nosso colega de sala, Sérgio Gomes. E, por isso, queríamos revê-lo em ação.
Compromisso marcado, fomos assistir à peça na sexta-feira, dia 10 de março, no Teatro João Ceschiatti, no Palácio das Artes (centrão de BH). Chegamos mais cedo e, logo de cara a noite se mostrou como cheia de surpresas: confusão na entrada no Grande Teatro (que até hoje não descobrimos o que aconteceu para o auê). Pouco tempo depois, antes de entramos na sala, encontramos meu primo Raphael (jornalista, letrista e escrito, dedicado às artes) e trocamos algumas ideias sobre o que esperar da peça.
Às 20h em ponto a apresentação começou. Nunca tinha presenciado um monólogo e foi realmente intenso. Um cenário com uma rica composição de elementos que enriquecem a interpretação de Leonardo, bem como a iluminação feita para nos transportar para aquela história. Uma trilha sonora que ao mesmo tempo que está lá, não está, ou seja, ela é tão alinhada à narrativa, que você sabe que ela existe mas não tira o foco do principal: o personagem em cena.
Resumo:
“O desaparecimento de uma mulher estoura um caos na vida de um homem e seu cachorro. O espetáculo procura mostrar que a subjetividade não é uma especificidade dos homens – há crueldade e delicadeza em várias espécies e que, além disso, a memória também não é uma especificidade humana.”*
O monólogo é divido em três partes, cada uma apresentado a visão nos envolvidos: o cachorro, o operário e o dono do cachorro. A transição entre eles é dão sutil, que se é natural para os espectadores. Como um ritmo predominantemente dramáticos, o texto nos surpreende com leves toques de humor, que quebram um pouco a intensidade mas que combina perfeitamente com o contexto e o momento da história.
Leonardo não decepciona e está fantástico. Toda a peça é incrível e, quando acaba, você não acredita que já se passaram 60 minutos. Resultado final: adoramos!
Não sei quando a peça volta a ficar em cartaz, mas super indicamos!
Já assistiu a peça? O que achou? Compartilhe conosco!
*Fonte: Fundação Clóvis Salgado
**Imagens: Estadão e Guia da Folha